A importância da Autoaceitação





Aceitar-se significa abraçar a totalidade de quem se é, não só as partes “estimáveis” mas principalmente aquelas que não gostamos em nós mesmos e que todos temos. A Autoaceitação é um passo fundamental na construção de uma Autoestima saudável. A grande questão é que não basta ter a consciência disto para que ela se torne real. E aí fica a pergunta :
Como eu faço para me aceitar quando eu não gosto de tantas coisas em mim ?
A Autoaceitação está intimamente ligada à Autoestima mas ela por si só já é um fator importante no desenvolvimento de percepção de felicidade, como disse o psicológo Robert Holden em seu livro Felicidade já: “A felicidade e a Autoaceitação andam de mãos dadas. Na verdade, seu nível de autoaceitação determina seu nível de felicidade. Quanto mais aceitação você tiver, mais felicidade você se permitirá receber e aproveitar”
Esse não é um texto do tipo “11 passos para você se aceitar” pois estas receitas não podem funcionar para todas as pessoas. Entretanto, gostaria de deixar aqui alguns pontos a serem trabalhados. Cabe a você olhar aí para dentro, saber onde o seu calo aperta e qual é o melhor caminho para você. São pontos comuns percebidos em cinco anos de trabalho com Desenvolvimento Pessoal de Mulheres, além é claro, de estudo.

# Julgamento: Julgar-se normalmente está diretamente ligado à comparações e crenças negativas sobre si próprio. Comparamos a imagem que temos de nós com a imagem que temos do outro e ambas são difusas. As crenças são adquiridas quase sempre na primeira infância ou através de experiências negativas e também são inverdades. Uma crença é somente algo que você pensa sobre si ou alguma coisa. É só quando deixamos de nos julgar que podemos sentir uma sensação mais positiva de quem somos.

# Autoaperfeiçoamento: Aceitar-se não significa acomodação. Algumas pessoas tem dificuldade em aceitar-se pois crêem erroneamente que assim se acomodarão em seus pontos vulneráveis e deixarão de se desenvolver e evoluir. Todos sempre teremos particularidades a serem trabalhadas, podemos acolhê-las com compaixão ou agressividade. Esta é a diferença.


# Autoconhecimento: Reconhecer as próprias qualidades, habilidades e méritos assim como saber qual é o lado sombra, as “imperfeições e vulnerabilidades”. Estas permitem olhar para a direção do desenvolvimento e aquelas propiciam um sentimento de autoconfiança e orgulho de si.


# Compaixão: Um importante esteio da autoaceitação é a capacidade de sentir compaixão por si. Todos temos feridas no campo emocional e o reconhecimento da nossa humanidade comum pode nutrir um olhar simpático e compassivo para si próprio e extender aos outros. Somente quando conseguimos nos perdoar por falhas e erros passados poderemos melhorar o relacionamento com a pessoa refletida no espelho.


# Rótulos: “Compramos” rótulos e etiquetas que recebemos ao longo da vida. Valoramos com mais intensidade a opinião daquelas figuras julgamos importantes, como pais e educadores na infância, amigos na adolescência e parceiro amoroso e chefes na vida adulta. O fato de ter sido uma criança que não ia bem na escola não significa que você é burra ou lerda. Temos a tendência a nos comportar com os rótulos que tomamos como verdadeiros. Passamos a reforçar a ideia que uma outra pessoa tem sobre nós e mesmo os rótulos positivos podem ser prejudiciais, dependendo da importância que damos a eles. Ser taxada de “gente boa”por exemplo pode criar uma alta expectativa a respeito de mim mesma e no dia em que não me comporto como esperado, me culpo.

# Sombra: A Autoaceitação também envolve a nossa vontade de reconhecer e fazer as pazes com partes do self que até agora podem ter sido negadas, evitadas ou repudiadas. Me refiro ao lado sombra que, que pode ter nos assustado ou sabotado no passado. Ainda assim, representa uma parte essencial da nossa natureza e deve ser funcionalmente integrada se quisermos ficar inteiros. Enquanto nos recusarmos a aceitar – ou de alguma maneira acomodar – segmentos separados de si, a Autoaceitação plena e incondicional permanecerá para sempre fora do alcance.
# Intenção: “A Autoaceitação começa com a intenção”, de acordo com o psicoterapeuta Jeffrey Sumber, “É vital que tenhamos uma intenção para nós mesmos de que estamos dispostos a mudar os paradigmas de culpa, mundo e vergonha, para tolerância, aceitação e confiança”. “Se eu definir a minha intenção de que uma vida com Autoaceitação seja muito melhor do que uma vida de auto-ódio, eu começo uma reação em cadeia dentro do meu ser orientado para uma vida de paz”, disse Sumber.
# Ajuste seus óculos: Costumo falar para as minhas clientes que as lentes com que elas enxergam a si próprias e consequentemente a vida, são desfocadas. Muitas dão ênfase ao que é negativo, aos defeitos, e não validam seus méritos e qualidades nem as suas conquistas. Reconhecer suas qualidades não fará de você uma pessoa arrogante. Aprecie suas virtudes e comemore as suas vitórias. Aprenda a se parabenizar.


# Relacionamentos: Com que tipo de pessoas você convive? Fazem parte do seu meio pessoas que apontam seus defeitos e reforçam seus pontos negativos? Um ambiente nocivo provavelmente irá afetar a Autoaceitação. Precisamos aprender a tirar de nossas vidas (não precisa ser no grito) aqueles que, mesmo que amemos, não nos fortalece como pessoas e não contribuem para a nossa evolução. Conviver com pessoas que nos aceitem e nos estimulem positivamente é algo buscado
# Crítico Interno: Muitas pessoas confundem seu crítico interno com seu lado racional. Se você diz para si (verbal ou mentalmente) algo que não diria para uma pessoa amada, este é um diálogo interno injistificado e severo. Não conseguimos deixar de pensar em algo, é preciso substituir por um novo pensamento/ diálogo/ crença, por algo que seja mais positivo e encorajador.
# Sonhos não conquistados: Segundo Ryan Howes, psicólogo Ph.D “Muitos dos nossos problemas com a Autoaceitação provêm da nossa incapacidade de reconciliar quem somos em comparação com os sonhos idealizados da nossa juventude”. Seja qual for o sonho ou o objetivo que você não conquistou e não pode mais realizar, é preciso viver este luto e virar esta página. Novos objetivos podem auxiliar neste processo.
Para concluir, devemos focar em uma maior Autocompaixão e em nossos aspectos positivos do que os negativos, para que assim possamos começar a nos aceitar sem reservas e podemos finalmente nos perdoar por nossas falhas, além de renunciar à nossa necessidade de aprovação dos outros. Continuaremos a cometer erros e seria bom nos lembrar que nossas várias fraquezas fazem parte do que nos torna humanos.

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